quinta-feira, 8 de março de 2018

Bugio-ruivo

Alouatta guariba clamitans 

Desde 1998 vivemos no interior de Ana Rech. Naquela época o mato e o silêncio imperavam, com muita araucária e mata nativa. Famílias de bugios passavam ao longe e era uma festa poder avistá-los de vez em quando. Hoje, infelizmente as matas diminuiram, a população aumentou drasticamente, o tuc tuc do som dos carros rebaixados em fim de semana impera… E em meio a esse caos estamos vendo os animais ajustando-se, com novos hábitos. Uma pequena família de bugios alojou-se  a poucos metros de nossas casas nas araucárias que preservamos, o hábito de andar quilômetros pela floresta foi extorquido pela falta de floresta.

Ultimamente acordamos toda a manhã com o ronco do bugio. Penso que é um alerta, o que vocês pretendem conosco, extinguir-nos? Estamos sem casa! Os bugios e outros animais silvestres  são expulsos de suas matas para dar lugar a casas e quintais !
Não paramos mais para ver a novidade, os poucos bugios agora são corriqueiros…. Talvez a última família da região ! Caxias do Sul, cidade que cresce a cada dia, riscando as matas de seu mapa!!!


Os filhotes imitam o ronco do macho alfa!




Descanso. Fotos da janela da área de serviço!

                        O macho alfa sempre alerta

 O dia amanhece com seus rugidos, alimentam-se, locomovem-se e descansam num tronco em diagonal que caiu, mas ficou seguro por cipós. Ali eles se alimentam de folhas e brotinhos,  coçam a barba, as costas e descansam. Ficam nesse espaço por volta de duas horas. Nesse tempo temos que limitar o espaço dos cães, que insistem em espantá-los, ficam trancados na sala, nossos cães  não compreendem quando explicamos que nós é que somos os invasores dessa região e não os pobres dos bugios!


Local: Santa Bárbara de Ana Rech, Caxias do Sul, RS

Agradecemos a a bióloga Juliana Nascimento Martins, pela indicação do seu trabalhos de pesquisa sobre os Bugius:

Monografia Curso de Ciências Biológicas da UCS: 
http://www.tecniflora.com.br/Martins__J.N._2008.pdf

https://pt.slideshare.net/kaduverona/rea-de-vida-e-dinmica-do-uso-do-espao 

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