sábado, 28 de outubro de 2017

Socó-dorminhoco

Nycticorax nycticorax
Família: Ardeidae

Passeando pelas colonias do interior de Ana Rech no final da tarde, observei algo que parecia uma sacola de  plástico pendurada numa árvore, voltei e a sacola plástica na verdade era a plumagem branca de  uma ave grande muito rara de ser ver por aqui. Lembrei que já tinha avistado essa espécie neste mesmo lugar. Uma propriedade com vários açudes na beira da estrada, intercalada com mata e áreas abertas.
Essa águia cinzenta, chamada savacu ou socó-dorminhoco tem hábitos noturnos, por isso é avistada à tardinha. Em épocas de aumento da zona urbana é um hábito que protege contra os predadores humanos! Mas o seu maior predador é o urubu, que ataca os ninhos.
 Socó pousado num tronco de eucalipto próximo a um açude


 Observe as penas compridas a partir da nuca


Garça de 60 cm, com asas na cor cinza, dorso e cabeça negros, os olhos são vermelhos, possui duas penas compridas brancas na nuca, que consegui registrar quando a ave deixou a cabeça de lado, suas patas com dedos compridos, são amareladas.
O socó-dorminhoco é encontrado na borda de lagos e rios, por isso a maior parte de sua alimentação provém das águas, peixes, anfíbios, pequenos répteis e crustáceos.


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Sabiá-poca

Sabiá-poca Turdus amaurochalinus
Turdidae

Esse sabiá é mais observado em áreas abertas. Em matas há também em abundância, mas é mais ouvido do que visto, sendo muito arisco, diferente dos adaptados à centros urbanos. Ouvimos o seu inconfundível "poc poc" e sabemos que está por perto.
A plumagem ao redor do olho é escura, dando uma característica de seriedade,  a garganta é clara com riscos verticais. Os jovens possuem plumagem distinta dos adultos, com riscas mais claras, que perdura por 2 anos. Possuem  21 cm de comprimento. O bico é escuro, mas na época da reprodução fica amarelo.

Outras postagens neste blog:
http://explorandoaves.blogspot.com.br/search/label/Turdidae


Bico-de-Lacre

Nome Científico: Estrilda astrild
Família Estrildidae
 
Essa ave minúscula cinza é comum na periferia de áreas urbanas,  observada de perto é muito especial com seu bico vermelho e uma máscara, também vermelha ao redor do olho. Considerada ave exótica, de origem africana, é também chamada de bico-de-lacre-de-santa-helena. Trazida ao Brasil pela ação do homem, proliferou-se em várias regiões brasileiras. Alimentam-se de sementes e convivem com bandos de outros pássaros, como as rolinhas e canários.








Os pássaros da amoreira

Os pássaros da amoreira


Esta é a segunda postagem da Chácara São João Batista, Verava, Ibiúna- SP de setembro de 2017 em que vou destacar alguns  pássaros frequentadores da amoreira. São muitos, como os sabiás, sanhaços, saíras, tiês e as maitacas. Abaixo algumas fotos:


 Periquitão-maracanã  Psittacara leucophthalmus




Tiê-preto Tachyphonus coronatus
 

Saíra-viúva Pipraeidea melanonota 



A árvore da amoreira é de origem asiática, encontrada em todo o Brasil, adaptada ao nosso clima, seu crescimento é rápido e sua frutificação atrai muitas aves. As amoras maduras são bem escuras, doces e com grande concentração de vitamina C, cálcio e potássio. Suas folhas, frutos, raiz e casca são medicinais.

O chá das folhas previne arteriosclerose devido aos antioxidante de flavonóides contidos na folha. Inibe a hipertensão, melhora o funcionamento do fígado e dos rins, inibe o aparecimento de câncer, diabetes, regulador do intestino, retarda o envelhecimento, tem efeito bactericida e anti-inflamatório e outros mais..

No site encontrei uma receita do chá das folhas: Colocar em infusão por até 4 minutos, em 1 litro de água fervente 1 colher de sopa de folhas de amoreiras secas. Coar e beber sem adoçar.

http://as-medicinas-alternativas.blogs.sapo.pt/cha-folhas-de-amoreira-e-seus-221726

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Observando a natureza!

Nossa vida é tão atribulada com problemas e desafios que agradeço muito por ter um porto seguro em contato com as crianças, principalmente minhas netas Isabella e Alice que moram em São Paulo,  na arte  e na observação de aves, são alguns prazeres que reforço sempre  para animar a caminhada do viver.

Sete de setembro de 2017, dia da Pátria, marcado pela independência do Brasil. A Chácara São João Batista em Ibiúna está tranquila, o silêncio é cortado pelo som das aves pousadas nos ramos das árvores,  ciscando  pelo chão,  disputado os coquinhos das palmeiras e das amoras.

Picapauzinho-verde-carijó  (Veniliornis spilogaster)
Na parte da manhã ouvimos um baque surdo no vidro da varanda, Isabella alertou que viu um pássaro, olhamos ao redor mas não o detectamos. Á tardinha caminhando ao redor de casa encontramos uma ave rajada caída no chão,  a vítima do acidente da manhã. Estava de bruços com as asinhas fechadas, sua cabecinha pendia de lado mostrando seu bico comprido com a língua, ainda maior,  rígida seguindo a direção do bico.

 Com o bloco de anotações e régua fizemos uma análise do pica-pau, antes de enterrá-lo. Alice passava os dedinhos no dorso dele, achando-o fofinho.



 Os pica-paus gostam de explorar as árvores desde a base do tronco a procura de larvas de insetos. O macho desta espécie possui umas pluminhas avermelhadas no alto da cabeça.  Com a régua medimos 15 cm de comprimento,  seu bico escuro tinha 2,5 cm. Seus pés pretos destacavam os grandes dedos e unhas negras adaptadas para se firmar verticalmente no tronco das árvores. Sua plumagem era cinza escura, com marcas na cor creme, ou carijó, como seu nome. As costas da ave eram mais amareladas, como se
tivessem sido chamuscadas com essa cor, aproximando-se do verde-oliva. As pequenas penas da cauda são mais firmes com pontas rígidas, para melhor se firmarem verticalmente  nas árvores,  por conta das transformações que passaram para  melhor se adaptarem às mudanças.
Mais tarde conseguimos uma pá e enterramos a ave perto do abacateiro, mas antes retiramos uma pena da ponta das asas e da cauda, para desenhá-las mais tarde.


Pitiguari
No outro dia cedo reconheci o canto do pitiguari, onde moro em Caxias do Sul, essa ave adora comer mariposas, de manhã cedo é comum encontrá-la perto da lâmpada da entrada de casa, caçando lepidópteros desavisados. Seu pescoço é grosso em relação ao corpo e parece ter uma sobrancelha laranja desde o bico até o início do olho. Estava de passagem pelos galhos do pé de ameixeira.
Pitiguari paulista!
 Asa-branca
 Aqui aparecem muitas pombas asa-brancas, empoleiradas no alto das árvores maiores. Fiquei surpresa de encontrar uma ciscando na grama. Com certeza ela viu que a observava, pois procurou esconder-se por trás das árvores.

Elas são grandes, com mais de 30 cm de comprimento. Foram imortalizadas na música de Luiz Gonzaga, Asa Branca. O padrão de suas asas é muito característico delicadamente delineadas com branco. No RS é conhecida também como pomba-carijó.

Sanhaços-cinzentos passam zarpando pela janela, de uma árvore a outra,
também saboreiam as ameixas maduras.



Quero-quero
Essas aves dos pampas gaúchos são encontradas em todo o Brasil, em áreas abertas e gramados. Um casal domina uma parte desmatada da chácara, sempre em alerta, fazendo alarde quando alguém se aproxima.



 


Anu-preto

Essa foi a primeira vez que vi e registrei em fotos o anu-preto. Fiquei muito feliz, pois já os tinha desenhado antes de fotos de guias de aves. Vê-los com aquele bico esquisito  e cauda longa amenizou minha curiosidade. A postagem está neste blog:
http://explorandoaves.blogspot.com.br/2017/09/anu-preto_18.html



Sabiá-do-campo
Esses sabiás aparecem muito  por aqui, em casais, defendem seu território, contra pássaros indesejáveis, nesse caso, o anu-preto.
Existem 4 subespécies reconhecidas, no sul do Brasil ocorre o Mimus saturninus modulator.




Saracura-do-mato - Aramides saracura

Domingo cedo, 10 de setembro, espreitando pela janela me surpreendi com uma saracura, seria a três-potes? Fotografei-a para verificar.  Essas aves, da família Rallidae são muito ariscas, dificilmente as vemos. Elas são pequenas de uns 30 cm com cores que se camuflam na vegetação. A cabeça é azul acinzentado, íris vermelha,  bico comprido e amarelado e os pés compridos são avermelhados.O dorso tem tons de verde oliva, sua cauda é curta e escura. Elas ciscam pelo chão a procura de brotos e pequenos insetos e invertebrados, gostam de lugares alagados. No outro dia de manhã ouvi seu canto, mas não avistei mais.





Desconfiada escondeu-se na ramagem, cuidamos para que os gatos não se aproximassem.


Periquitão-maracanã  Psittacara leucophthalmus

Sempre que venho à Ibiúna gosto de ver essas maitacas, que chegam fazendo muito alarido, chamando a atenção  de quem está por perto. Estas me surpreenderam por não terem avisado de sua chegada! O pé de amoreira está carregado e saborear as amoras madurinhas é uma festa, principalmente para Alice que as adora. Mas na segunda-feira, dia 11 de setembro me surpreendi ao ver uns verdinhos que se mexiam na amoreira, parecendo as folhas, camuflagem perfeita, em silêncio consegui fazer zoom na máquina e descobrir um bando de maitacas, como as chamam por aqui. Essas aves, de 30 cm vivem em bandos, sua plumagem é verde com algumas penas vermelhas, o branco ao redor do olho é uma característica desta espécie. Alimentam-se de frutos e sementes.




Essa amoreira tem propriedades medicinais, vitamina C,  vitaminas B1 e B2, betacaroteno, tanino e ácido linoleico.

Tucano-de-bico-verde  Ramphastos dicolorus

Esses tucanos da família Ramphastidae  são mais vistos quando há coquinhos maduros dos jerivás, palmito juçara ou  os frutos da palmeira-de-leque-da-china. Eles denunciam sua presença com sua vocalização rouca, normalmente aparecem em bandos. Este, solitário vi apenas uma vez, soube de conversas que as pessoas por aqui os caçam e prendem em gaiola, que lástima, quanta ignorância!





 
 Jacuguaçu -  Penelope  obscura

Os jacus são muito ariscos por aqui, pois com certeza devem ser caçados, foi por pura sorte que consegui fotografá-lo à tardinha. Eles constroem ninhos nas árvores e são dispersores de sementes através da defecação.




Esquilo Serelepe

A grande surpresa foi ter visto um esquilo, olhos grandes, orelhas pequenas, pelagem cinza com uma cauda que se encaixa harmoniosamente no dorso, esses roedores precisam roer para controlar o crescimento contínuo dos dentes, por isso conseguem abrir sementes duras como os coquinhos do jerivá  (Syagrus romanzoffiana),que possuem uma polpa muito apreciada por eles. 


Esses roedores conseguem subir com facilidade os coqueiros, e conseguem descer na vertical, parando imóveis se sentirem ameaçados. Aqui há mata nativa nas proximidades, mas na chácara a  mata é alterada, fiquei surpresa de vê-lo, com certeza o que o atraiu foi  alimento. 


A natureza é tão bela, nossa fauna e flora são milagres da vida, só temos que agradecer e preservá-las.

Agradeço às minhas netas companheiras Isabella e Alice